Participei de um grupo de formação de professores de educação infantil nesta semana e o que vi e ouvi causou tristeza.
Eu e uma amiga fomos convidadas para socializarmos as informações de um curso do qual participamos sobre jogos cooperativos e dinâmicas de grupo e aplicarmos ambos.
O resultado não foi o esperado por nós...
Uma pequena parte do grupo apenas estava ali, de corpo e alma; a maior parte estava apenas de corpo presente, velando seu próprio umbigo.
Estava ali um grupo de educadoras comprometidas em não se comprometer demais com o outro; apenas o suficiente para
"salvaguardar" parte de sua consciência que "teima" em se preocupar com o desenvolvimento da vida alheia.
"salvaguardar" parte de sua consciência que "teima" em se preocupar com o desenvolvimento da vida alheia.
Estava ali um grupo de educadoras que anseia por um salto na qualidade de trabalho, salário, benefícios próprios, claro.
Pensamos nas lutas que aquelas educadoras travam todo dia com as péssimas condições de trabalho que a educação pública propicia e tentamos justificar seu desinteresse por nossa proposta. Buscamos entender a realidade sofrida de uma classe pouco reconhecida pela sociedade, como é a dos professores; o desrespeito ao qual estão sujeitos diariamente, seus sonhos frustrados, como justificativa para tal comportamento.
Mas constatamos apenas que aquelas educadoras, talvez inconscientemente, estão reproduzindo um comportamento que desaprovam em seus alunos: mostram desinteresse, desrespeito com a educação, com seus pares e consigo mesmas.
Elas desaprovam o velho modelo de escola, mas rejeitam o novo. Argumentam fervorosamente contra as novas propostas "vindas de cima", mas, se apresentam alternativas à elas, essas são individualistas; fundamentadas por legalismos e crenças subjetivas.
E como é grande a capacidade de dispersar do grupo...fugir ao assunto, sair pela tangente... Falar o que não se deve e escrever o que é bonito!
É isso! Afinal não é a escola um espaço privilegiado para o faz-de-conta?