26 de mar. de 2011

E assim caminha a humanidade...



Participei de um grupo de formação de professores de educação infantil nesta semana e o que vi e ouvi causou tristeza.
Eu e uma amiga fomos convidadas para socializarmos as informações de um curso do qual participamos sobre jogos cooperativos e  dinâmicas de grupo e aplicarmos ambos.
O resultado não foi o esperado por nós...
Uma pequena parte do grupo apenas estava ali, de corpo e alma; a maior parte estava apenas de corpo presente, velando seu próprio umbigo.
Estava ali um grupo de educadoras comprometidas em não se comprometer demais com o outro; apenas o suficiente para
"salvaguardar" parte de sua consciência que "teima" em se preocupar com o desenvolvimento da vida alheia.
Estava ali um grupo de educadoras que anseia por um salto na qualidade de trabalho, salário, benefícios próprios, claro.
Pensamos nas lutas que aquelas educadoras travam todo dia com as péssimas condições de trabalho que a educação pública propicia e tentamos justificar seu desinteresse por nossa proposta. Buscamos entender a realidade sofrida de uma classe pouco reconhecida pela sociedade, como é a dos professores; o desrespeito ao qual estão sujeitos diariamente, seus sonhos frustrados, como justificativa para tal comportamento.
Mas constatamos apenas que aquelas educadoras, talvez inconscientemente, estão reproduzindo um comportamento que desaprovam em seus alunos: mostram desinteresse, desrespeito com a educação, com seus pares e consigo mesmas.
Elas desaprovam o velho modelo de escola, mas rejeitam o novo. Argumentam fervorosamente contra as novas propostas "vindas de cima", mas, se apresentam alternativas à elas, essas são individualistas; fundamentadas por legalismos e crenças subjetivas.
E como é grande a capacidade de dispersar do grupo...fugir ao assunto, sair pela tangente... Falar o que não se deve e escrever o que é bonito!
É isso! Afinal não é a escola um espaço privilegiado para o faz-de-conta? 

9 de mar. de 2011

Voltando ao Cariboda

O Rafa esteve várias vezes no Cariboda. Ele viveu lá com seus 2 anos, lembram-se?
Eu me lembro bem desta época e, se vocês leram algum texto anterior do Cariboda se lembrarão também.
Mas sabem? O Rafa não se lembra!
Quer dizer, ele se lembra do lugar. do nome... Mas os amigos Vandique e Raique ficaram perdidos em algum lugar no passado, junto com as aventuras vividas, as histórias construídas...
Há apenas coisa da qual ele se lembra bem: Era bom demais! 
Acredito que a sensação seja a mesma de quando sentimos o cheiro do perfume de um grande amigo mesmo estando há quilômetros de distância dele... Como quando sentimos o gosto da comida da nossa mãezinha ao comermos um marmitex longe da casa dela...
Às vezes somos levados pelo tempo para longe de quem nos oferece abrigo desinteressado e consegue ser nosso cúmplice, ouvindo nossas conversas desmedidas...
Às vezes é só disto que precisamos e é tudo do que não dispomos.

O Rafa cresceu, afinal! Ele tem meios de tranporte reais, bebe pouco leite real e descobriu que há coco demais nas ruas das cidades reais... E nas casas, nas instituições públicas...
E eu? Eu descobri que somos todos carentes de Vandiques...

Até a próxima!

Ele, crescido!