“Cuidando” de nossas crianças
O termo cuidar é muito utilizado em todo trabalho que envolve ou é dirigido às crianças. Talvez este hábito deva-se ao sentido assistencialista que nasceu com a educação infantil no Brasil, cujo objetivo principal era acolher a criança, oferecendo-lhe “uma rotina caseira” enquanto sua mãe trabalhava.
O caráter assistencialista da escola infantil vem deixando de existir, com a preocupação crescente da sociedade em proporcionar não apenas uma “rotina caseira” (muito importante na construção pessoal, de valores, moral e até espiritual na formação de qualquer pessoa), mas momentos específicos de aprendizado dirigido, com brincadeiras, jogos e artes. Assim, as escolas têm se transformado em um local que proporciona momentos de prazer para as crianças, o que faz com que elas anseiem por estarem lá.
Esta é uma realidade cada vez mais presente nas escolas, pois seus concorrentes (parques, cinemas, shoppings, etc.) têm investido muito para cativar nossas crianças...
E a Igreja do Senhor, o que tem feito por elas?
Como pode uma criança, conhecida por sua espontaneidade típica e honestidade, escolher ir à igreja no domingo ao invés de ir ao clube? Ou ao cinema, ao teatro, ao parque, shopping, praça...
Jesus nos diz: “...deixai vir a mim os pequeninos, não os impeçais...” Quando dizemos à elas : “...venham à igreja no domingo, não faltem, vai ser legal!” e lhes oferecemos a leitura de uma história que aconteceu há tempos e que não lhes diz nada, estamos subestimando ê destorcendo a noção de legal que nossas crianças tem. “...qualquer um que escandalizar um desses pequeninos, melhor lhe fora que se amarrasse uma pedra de moinho ao pescoço e fosse lançado ao mar.” (Mc. 9:42 ).
Aprendemos que necessitamos ser imitadores de Jesus, a fim de vivermos uma vida plena, na presença do Senhor; Jesus era amorosamente criativo ao falar e ao ensinar... devemos imitá-lO.
Não acredito que devemos nos colocar na condição de competidores com o mundo e as coisas que ele oferece à nossas crianças, mas é inegável a necessidade de a Igreja se esmerar nos cuidados com elas e no trabalho desenvolvido a elas.
Um bom começo pode ser a definição do papel de um professor cristão de crianças: somos recreacionistas para entretê-las enquanto seus pais assistem aos cultos, somos meros contadores de histórias, somos babás realizando um trabalho mecânico de olhá-las para que não dêem trabalho e não se machuquem ou somos representantes de Jesus, instrumentos dEle, para desenvolvermos evangelismo e suporte para crescimento cristão de forma criativa e eficiente?
A questão principal da educação cristã não está relacionada à questão do cuidar assistencialista, mencionado no princípio deste texto, da qual se ocupa a escola secular, mas a partir do conhecimento desta questão, a busca da resposta pessoal a outra questão: “como uma criança vivencia Deus?, como permitir que ela se apaixone por nosso Deus, de tal forma que deseje estar na presença dEle, na casa dEle e leve, consigo sua família?”.
“A criança não é o futuro da Igreja. Ela é o ‘presente’”.
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