20 de jan. de 2011

Pedagogia destrutiva

Várias crianças brincam em um parque infantil pensado especialmente para elas. Tudo parece perfeito: grama rasa e verde, sol matinal na medida certa, árvores, borboletas fazendo demonstração de vôos para alguns pássaros, como quem lhes convidava para um tour aéreo...
O escorregador "chamava" as crianças para brincarem, o quiosque apresentava sua sombra de sapé e a "casa do Tarzan" se esparramava pelo gramado, estendendo-se até encontrar um acolhedor tanque de areia...
Mas nada disso parecia ter mais importância do que os incríveis balanços em formato de bola de futebol!
Ah, como é legal balançar nele bem alto, virar a cabeça para trás e ver o muro de cabeça para baixo e voar...
- Olha, tia,eu to voando...
E, por um minuto, o vôo imaginário se torna real e catastrótico:
- Voando? Não, você não pode voar - diz a "tia". Você não tem asas...Só quem voa é passarinho. Você é menino. E se voa "de" avião...Você não está num avião!
Pobre infância oferecida...Pobre menino...
Pobre menino? Como que retomando o folego após um mergulho não planejado, o pequeno garoto responde à sua amada tia:
- Tia, eu sou o Batman, tô de capa, não tá vendo? O Batman "vua" quando tá de capa!
Assim, passando pela turbulência da falta de imaginação adulta, o vôo do pequeno segue tranquilo sobre o mundo do faz-de-conta...





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